segunda-feira, 29 de março de 2010

JORNAL NACIONAL, DIRETO DO ACRE

Em um "Bola da vez",programa da ESPN Brasil, teria contado que...

No início da carreira ao chegar à redação onde pretendia trabalhar, indagaram-lhe sobre o que sabia fazer. Respondeu:
- Não tenho experiência em nada
- Então vai trabalhar com esportes.
Eis a crônica que escreveu antes do último jogo de Zico.

A Ùltima Noite

Maracanã, enfeita de bandeiras tuas arquibancadas que hoje é dia de festa no futebol. Encomenda um céu repleto de estrelas. Convida a lua (de preferência, a lua cheia). Veste roupa de domingo nos teus gandulas. Põe pilha nova no radinho do geraldino. E, por favor, não esquece de regar a grama (de preferência, com água-de-cheiro).

Avisa à multidão que ninguém pode faltar. É despedida do Zico e estou sabendo, de fonte limpa, que, hoje à noite, ele vai repartir conosco a bela coleção de gols que fez nos seus vinte anos de Maracanã. Eu até já escolhi o meu: quero aquela obra-prima, o segundo gol do Brasil contra o Paraguai nas Eliminatórias do Mundial de 1986. Lembro-me como se fosse hoje. Zico recebe de Leandro um passe de meia distância já na linha média dos paraguaios. Um efeito imprevisto retarda a bola uma fração de segundo. Zico vai passar batido - pensei. Pois sim. Sem a mais leve hesitação, sem sequer baixar os olhos, ele cata a bola lá atrás com o peito do pé, dá dois passos e, na mesma cadência, acerta o canto esquerdo do goleiro paraguaio.

Passei uma semana vendo e revendo no teipe aquele instante mágico de um corpo em harmonioso movimento com o tempo e com o espaço. E a bola, coladinha no pé, parecia amarrada no cadarço da chuteira. Um gol de enciclopédia.

Se o amável leitor aceita uma sugestão, dou-lhe esta: escolha um dos gols que Zico fez graças à sua arte singular de chutar bola parada. Chutar a bola de falta à entrada da área é um talento que Deus lhe deu mas não de mão beijada, como imaginam os desavisados. Zico trabalhou seriamente, anos e anos, para alcançar a perfeição dos efeitos sublimes. À tardinha, quando terminava o treino, ele costumava ficar sozinho no campo do Flamengo - ele, uma barreira artificial, uma bola e uma camisa caprichosamente pendurada no canto superior das traves. A camisa era o alvo. Zico passava horas sem fim, chutando rente à barreira e derrubando a camisa lá de cima das traves. Chegava o domingo, na cobrança da falta, a bola já estava cansada de saber onde ela tinha que entrar. Não tenho dúvida em dizer que tardará muito até que apareça alguém que domine como Zico o dom de cobrar falta ali da meia-lua.

Celebremos, querido torcedor, a última noite do maior artilheiro da história do Maracanã. Será uma despedida de apertar o coração. Se te der vontade de chorar, chora. Chora sem procurar esconder a pureza da tua emoção. Basta uma lágrima de amor para imortalizar o futebol de um supercraque.

Cantemos, Maracanã, teu filho ilustre, relembrando em comunhão os dribles mais vistosos, os passes mais ditosos, os gols mais luminosos desse fidalgo dos estádios que tem uma vida cheia de multidões. Louvemos o poeta Zico que jogava futebol como se a bola fosse uma rosa entreaberta a seus pés.

Armando Nogueira - 1927 - 2010.

segunda-feira, 22 de março de 2010

IPPON!!!

Zorba, um homem rude, perguntou ao seu patrão, homem culto:

"O que seus livros falam sobre a vida após a morte?"
"Os livros não tem resposta!"
"Então seus livros não servem para nada".

E o Google????

"Não pode saciar a fome quem lambe pão Pintado!" (S.A)

quarta-feira, 17 de março de 2010

VOCÊ PRECISA ALTERAR SUA SENHA

Meses se passaram.
Aconteci e não registrei.
Deste blog faço um diário quase particular.
Para sentir.

Começo de onde parei.
No natal, quando soube que seria pai pela segunda vez.
Estou pronto!
Este é o grande registro.

Trabalho com mais prazer, tentando não me fazer prisioneiro do tempo.
Trabalho mais!
Motivado por Osler, intrigado por Osler e pelo Religio Médici.

Fui à São Paulo, cidade menos suja, das livrarias, dos shows, dos restaurantes.
Vou às "compras", às luzes, ao Metropolitan.

Amadureço na profissão, graças aos pacientes difícieis, aos mais jovens do que eu, às propostas.

Sou livre.
Para sentir o frescor da manhã, a beleza do entardecer, o gosto da água fria ao estar com sede.
Livre para ler e refletir.
Para ouvir e me emocionar.
Para escolher e escolher novamente!