Ronaldo voltou a jogar ontem (4/3/2009).
Estava afastado por lesão há pouco mais de um ano.
Neste período longe dos gramados ganhou peso e se envolveu com travestis.
Perdeu o contrato com o Milan. Ganhou a camisa 9 do Corinthians.
Uma euforia alvinegra e revolta dos flamenguistas. As duas maiores torcidas do Brasil amavam e odiavam o "fenômeno".
No meio de tantos craques da minha geração, Ronaldo marca presença, mas seria um fenômeno?
Torci por Romário na seleção quando ele jogava no PSV, vibrei com seus gols na copa de 1994 e entendi seu dom. Recentemente relembrei do Gol contra a Holanda que foi algo brilhante, extraordinário.
Ronaldinho gaúcho foi espetacular em sua fase áurea, antes da copa de 2006. Dribles, passes, faltas, gols. Sempre preciso e recluso. A concentração refletia dedicação.
Kaká e Robinho estão em seus auges.
Agora o Ronaldo... Foi artilheiro no cruzeiro. Fez aquele gol em que o goleiro soltou a bola e não percebeu que ele estava voltando da linha de fundo. Aí já foi para a Europa. Fez gols belíssimos, explodia em direção ao gol. Então a "epiléptica" copa de 1998 . Uma separação, um casamento, um filho. Nova lesão. Nova separação, novo casamento, desta vez num castelo. Nova separação. Nova lesão.
Me esqueci, e não sei como, da Copa de 2002. Talvez porque não consegui assistir a todos os jogos como gostaria (no jogo contra a Turquia era auxiliar de uma cirurgia). Os gols da final foram tão inesquecíveis quanto o corte de cabelo estilo Cascão.
Talvez porque as lembanças da última copa ainda estejam frescas!
Acho que foram mais eventos polêmicos do que lances bonitos.
Mas ontem..., nem marquei a data, soube que ele voltaria a jogar umas horas antes. Cansado do dia que foi longo, apesar de ter que trabalhar cedinho na manhã seguinte, por mais que meu organismo pedisse mais de seis horas de sono, voltei a assitir um jogo de futebol. A temporada começou ontem. Lembro-me que o ano passado, talvez pelo coxa voltar à primeira divisão, meu interesse foi mais precoce. Acompanhava a boa campanha do Palmeiras no paulista.
Impressionante. O gramado do estádio do Itumbiara, as arquibancadas cheias, a expectativa criada, todos os canais só transmitiam um jogo. A quantidade de repórteres e fotógrafos, DO MUNDO INTEIRO. Era o fenômeno.
Lá estava ele, pesado, tentando disfarçar que não era o centro das atenções. Moleque, dava tapas na cabeça do reserva ao seu lado. Alongava de quinze em quinze minutos.
Cheguei a torcer para ele não entrar, para que se concentrasse mais na partida e fizesse uma reestréia brilhante.
Entrou na metade do segundo tempo. Ovacionado. Tocou na bola. Perdeu o domínio. Correu como Ronaldo em direção ao gol! Essa corrida é sua característica. Pedalou na frente de dois zagueiros, e quase passou para ficar na cara do gol. Paulo Vinícius Coelho comentou o jogo de maneira que parecia narrar um filme, com comentários precisos e embasados. Após este drible falou: "Habilidade nunca faltou, a gente não esquece como se anda de bicileta!"
É, Ronaldo é um fenômeno. Jamais jogará com a qualidade do passado mas pode emocionar com lances de craque (sujeito agraciado pelo dom de jogar futebol, com habilidade, técnica e improviso).
Que ele recupere o máximo da forma física possível.
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